segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sal-dade

Salar de Uyuni - Bolívia
Carlos Cerrulla



Sabe,
às vezes
[mentira, sempre]
eu sinto
saudade,
são tantas efemeridades temporais que não cabem a qualidade das relações
sobram sal-dades
sal das distâncias [in]transponíveissal das realidades tão contemporâneas
transformando a saudade tão salgada
sal das pós-modernizantes ferramentas faláciosas de aproximação
eu aqui e você aí, num total desencontro tempo-espaço
superada somente por aquela saudade da distância mesmo
quando os corpos estão unidos
Enfim, minhas saudades salgadas são poesias vãs
no ínfimo desejo de dizer que sinto sua ausênciano meu cotidiano,
nas rodas de conversanas discussão tão formativas
nas curvas das letras que leio e no risco da palavra q escrevo
somente para anunciar o quão importante você se faz
no meu caminhar e que faltam passos simultâneos
na estrada que seguimos no horizonte
Que a distância desta saudade,circunscreva atalhos para conversarmos resencialmente
desatando o salgado desta saudade e
brindando a saúde da amizade.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Variações sobre o mesmo tema/destempero

Em 'n' cantos
"Encantos teus
permanecem
inaudíveis
Seu canto às
outras,
pelo contrário,
doem ao som visível."




Por en-cantos

"Do canto ao
canto,
encanto onipresente
Diluído em
cantos alheios
aqui
e
acolá
na canção alheia
e a distância do
encanto em cada
canto
dos meus poros"




Do [desen]canto
"Das tuas ciranda
de canto
[en]canto ao devir
Do passado
[desen]canto se fez"