domingo, 9 de novembro de 2014

Ode à Lara Salles

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A sua loucura era racional. A matemática e a física somente faziam sentido nos seus estados agudos de loucura. Ela parecia tão lúcida petrificada com aquele olhar distante, esquecida do mundo, esquecida de si, como são as pessoas hoje em sua loucura cotidiana. Os seus transtornos começam quando ela se deixava prender pelas palavras, enfileiradas em versos, organizadas em prosa, feito traduções da alma. Transbordava seus sentimentos aprisionando-os na linha invisível dos dias, gritando silêncios. Nela, só a loucura era racional. Todo o resto, eram palavras mal traduzidas de sensações multicoloridas.

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