sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A medida do tempo


" [...]pois só a justa medida do tempo, dá a justa natureza das coisas
” 
(Nassar, R. Lovoura Arcaica. 1989, p.55)



[Imagem: Mark Mawson - Aqueous Fluoreau]


Que as certezas colocadas à prova 
e que a espera(nça) rigorosa 
possam vir colorir a vida!



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Não foi, não será (IV)




[Imagem: Eno Henze - Human Factor Revisted


Do princípio ao fim
Carpe Diem
memórias do corpo

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Do desejo




[Rodin]




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Metafísica

[Gustav Klimt - Danae]


Odeio quem me tira a sublimação
para logo em seguida
me deixar na mão





quinta-feira, 7 de julho de 2011

Espérer, Mon Amour - II

[Image: Leonid Afremov - Date On The Bridge ]

meu silêncio contundente,
quanto mais me sinto em sua pupila,
mais conten[ta]ção em (re)vê-lo.


Um dia, ainda,  digo o que tanto calo.



sábado, 4 de junho de 2011

Ainda não foi, quem sabe será



"[...] mas virá, cabelos tão negros, rosto quase quadrado, quase largo, quase pálido, olhos perdidos, boca de naufrágio vermelho pesado sobre o escuro da barba malfeita, olho tudo isso que vejo e não tem outra magia além dessa, a de ser real, e vou dizendo lento, vou dizendo leve, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo louco, e vou dizendo longo sem pausa - gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você."

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Caio Fernando Abreu


sábado, 8 de janeiro de 2011

(Des)Afetos!


Ah, (des)afetos!
A quantas andas a nossa frente, tanto mais (des)razão proporciona:
o espelho em que te olhas, refletirá apenas o ego(ismo)?




Travis Millard - Crying Guys (2008)




"[...] sem se possuir a si mesmo, jamais poderia possuir a outridade. E afinal, quem possuia a verdade? Quem é que tinha a perfeita consciência de si mesmo, da solidão absoluta que significa nem sequem contar com a própria companhia, que significa ter de entrar num cinema ou num bordel, ou em casa de amigos ou numa profissão absorvente ou no matrimônio para estar pelo menos só-entre-os-demais? Assim, paradoxalmente, o cúmulo da solidão conduzia ao cúmulo do gregarismo, à grande solidão das companhias alheias, ao homem só na sala de espelhos e ecos. Todavia, as pessoas como ele e tantas outras, que se aceitavam a si mesmos (ou que se repeliam, mas conhecendo-se de perto), entravam sempre no pior paradoxo, estar talvez à beira da outridade e não poder alcançá-la. A verdadeira outridade feita de delicados contatos, de maravilhosos ajustes com o mundo, não ser cumprida por um só lado: a mão estendida deveria receber outra mão, vinda de fora, vinda do outro."

Júlio Cortázar - O Jogo da Amarelinha (Vol.1)
SP: Abril Cultural, 1985 - p.116