sábado, 20 de dezembro de 2014

(quase) um ano... e(ainda) amo

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Já faz (quase) um ano, ela repetia a si mesma. Já faz (quase) um ano! Já faz (quase) um ano... e você permanece intacto em mim. Já faz (quase) um ano, e presença da sua ausência não foi abalada por nada, nem por ninguém. Já faz (quase) um ano, e você me faz falta do raiar do dia até a última estrela de apagar. Já faz (quase) um ano, e amo tanto quanto amei antes e mais do que eu pensei suportar. Já faz (quase) um ano, e não me importo com as raivas e esperas que você me fez sentir e ainda, por tabela, me deixa sentir. Já faz (quase) um ano e não sei o que você pensa sobre mim. Já faz (quase) um ano... e estou distantes de você, do seu sorriso, do seu toque, do seu corpo, de você. Já faz (quase) um ano... e (ainda) amo!

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[Thomas Saliot - Bareback]
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Você

[Rodin - Eternal Springtime]

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Você sabe se fazer presente
com toda a sua lábia e ousadia 
ainda que (in)consciente

domingo, 30 de novembro de 2014

Espaço aereo


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E você é um sonho de Pequeno Príncipe 
ou uma realidade feito Saint-Exupéry
e eu me parto em mil estrelas

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Jimmy Lowlor
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Hurt - Johnny Cash

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I've hurt myself today
To see if I still feel.
I focus on the pain,The only thing thats real.

The needle tears a hole;
The old familiar sting,
Try to kill it all away,But I remember everything.

(chorus)
What have I become,
My sweetest friend?
Everyone I know,
Goes away in the end,


And you could have it all:
My empire of dirt,
I will let you down,
I will make you hurt.

I wear this crown of thorns
Upon my liars chair:
Full of broken thoughts,
I cannot repair.

Beneath the stains of time,
The feelings dissapear.
You are someone else,
I am still right here.

What have I become,
My sweetest friend?
Everyone I know,
Goes away in the end,

And you could have it all:
My empire of dirt.
I will let you down,
I will make you hurt.

If I could start again,
A million miles away,
I will keep myself,
I would find a way.



domingo, 9 de novembro de 2014

Ode à Lara Salles

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A sua loucura era racional. A matemática e a física somente faziam sentido nos seus estados agudos de loucura. Ela parecia tão lúcida petrificada com aquele olhar distante, esquecida do mundo, esquecida de si, como são as pessoas hoje em sua loucura cotidiana. Os seus transtornos começam quando ela se deixava prender pelas palavras, enfileiradas em versos, organizadas em prosa, feito traduções da alma. Transbordava seus sentimentos aprisionando-os na linha invisível dos dias, gritando silêncios. Nela, só a loucura era racional. Todo o resto, eram palavras mal traduzidas de sensações multicoloridas.

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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

latência


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todo começo uma carência
permitindo conhecer a essência
e no final, a velha ausência

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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Dos versos que jamais vou lhe escrever

Grace In White - By Moussin Irjan

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Ela gostava de estar entre os braços dele, (quase) todos os dias, porque além de ternura, sentia-se protegida de qualquer eventualidade que pudesse lhe roubar o humor (e, com certeza roubaria) no primeiro vento que lhe soprasse as têmporas. O mundo dá voltas, sem parar, implacável como o tempo e a distância, que lhe rouba os sorrisos. Sentia falta do enlace de braços todos os dias; mas hoje, mais do que tudo, queria apenas um abraço dele, para esquecer do mundo e das eventualidades todas que o tempo, o mundo e o vento lhe lembravam a cada volta que acontecia, no voar do despenhadeiro rumo ao finito de ser-se.

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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Paixão II


[Imagem: Fabian Perez]



Quando estou sóbria, evito te escrever coisas emotivas. Disfarço perguntando do seu dia, do seu trabalho, se isso ou aquilo, esporadicamente, como se fosse algo normal, corriqueiro, como se eu não precisasse saber dos seus dias, das suas noites, das suas estórias, das suas estórias inventadas, das suas estórias exageradas, das suas estórias repetidas, da sua voz, do seu pensamento, do seu ar. Quando estou bêbada, eu insisto no velho erro de perguntar algo esporádico e responder com sínteses de todo esse afeto que me transborda em poucas palavras: você é único. Para sua felicidade e a minha sobriedade posterior, a operadora de telefonia continua a mesma porcaria e dá erro no envio. Fingo não ter mandado a mensagem, você na ignorância da mensagem que não recebeu entre outras sem nexos, graças ao (des)corretor do celular. Mas hoje estou sóbria, estou tão sóbria que sinto dor até nas minhas sinapses. E eu só queria me perder nas suas estórias, para cair nos seus braços, e olhar nos seus olhos, a noite inteira. Guardar o seu sono. Vigiar o seu sonho. Amar, em silêncio. Amar, abraçando o seu peito, abraçada ao seu peito. Até eu me sentir segura, ainda que na corda bamba do que fomos, sem saber que éramos já o que não pensamos que seriamos e hoje que não falamos que fomos. Hoje estou sóbria, hoje estou ébria e posso te escrever. Mas te escrevo sob um pseudônimo, numa página que você jamais tomará conhecimento, porque o objetivo dela é ser uma correspondência incerta; assim, como o amor. Mas queria que você soubesse que eu te amo, até mesmo na minha negação.



domingo, 1 de junho de 2014

Rito de Passagem


[Steve Hanks]


Pouco me importa seu despeito
Se transo por gozo ou por afeto
A minha liberdade não lhe diz respeito



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domingo, 18 de maio de 2014

Prosa


[Steve Hanks]


Porque você é prosa-poética e eu jamais vou conseguir escrever sobre você a ponto de colocar no papel (e nas palavras) o que eu sinto. Eu tenho sentimentos confusos, mas creia-me, jamais tive tanta certeza de que gosto dessa essência que nos envolve, feito poesia a embalar cada correspondência, feito uma dança que nos leva sempre além e que ameniza a distância com calor (das palavras). Você me faz sentir plena, feito obra de arte diante de um admirador... e eu jamais poderei retribuir esse olhar, esse jeito tão seu de me deixar entregue, de me deixar toda sua, como se eu perdesse os rumos do pensamento e só queira estar ali, nos seus braços, na sua doçura, dentro do seu olhar. Sim, continuo confusa... não porque não lhe goste o suficiente (ou talvez seja isso), mas porque sou mais apaixonada pela ideia de você do que pelo arrepio que corre ao corpo ao lhe ver, acenando, depois desse interstício. 
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sexta-feira, 7 de março de 2014

Essência

[Imagem: Tzviatko Kinchev]


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"Não compreenderia o gesto supersticioso de levar consigo uma essência dele. Era como se o perfume pudesse, pelo menos durante algum tempo, calar as suas dúvidas e torná-la um pouco mais parecida com ele, um pouco mais segura, um pouco menos hesitante"
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Chimamanda Ngozi Adiche (In: Meio Sol Amarelo, p. 40)

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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Paixão

[David Walker - Street Art]


O meu amor - Chico Buarque de Holanda
O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu

E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz

Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz


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